28/07/2007

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O refúgio de tinta compressa contra a folha. Os dedos estão cansados, mas não sucumbem. O árduo nylon pela noite fora os puseram assim. A melodia que dançava à minha volta como libertação. A noite traz uma nova corrente de vontade, o criar está nas pontas das mãos, nos lápis, nas teclas, nas cordas, no botão da máquina, no botão da mente. A adrenalina corre pelas artérias como uma droga e as mãos movem-se ao ritmo que as ideias nascem - o ritmo frenético de uma bateria no clímax da canção - e tudo nasce em mim, o novo e a vontade, e a esperança. Mas os números do relógio não param, e quando a luz entra perguiçosamente pela janela, as ilusões desvaneçem-se, a consciência do meu eu retorna, e a pessoa de energia inesgotável pega na esperança e foge acobardada com a prespectiva de um novo dia, deixando-me estática, olhando a cama vazia, onde acabo por me afogar e fechar os olhos, contando que quando estes se voltarem a abrir e o sol for alto tudo será diferente.
Nada foi.
Nada para além duma presistente irritação, que teima em implicar com as palavras escritas na escuridão, demasiado pomposas e prepotentes para seu próprio bem. A vontade de destruí-las a todas - ao ser que foi sendo cuidadosamente construído ao longo destes anos - urge dentro de mim, cada vez mais. Uma necessidade de voltar à simples ingenuidade, livre de idealismos e ideias pré-concebidas, livre de dicionários careiros onde aprendo nada mais do que um transpôr de ideias confuso e galante, misterioso e estúpidamene convencido.
É toda uma vontade de ser alguém diferente e melhor, alguém com defeitos extraordinários, alguém com o mais comum dos sonhos: o reconhecimento. O reconhecimento da pessoa e não das palavras. Estas palavras viciantes que não consigo deixar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei a fotografia! Cores lindas e os promenorzinhos dos números e letras..... Claro que o texto não fica atrás!;)

abreu disse...

Escreves muito bem. Parabéns.